segunda-feira, 8 de julho de 2013

Aspectos da ditadura no filme "A onda"

          O filme “a onda” baseia-se em uma história voltada para um questionamento: Em pleno século XXI, após a humanidade ter assistido a crimes hediondos cometidos pelo nazifascismo e depois da ascensão democrática e logo, da liberdade ideológica, seria possível o estabelecimento de um modelo político autocrático? Para responder tal pergunta e ensinar aos seus alunos sobre a aristocracia, o professor  Wegner resolve instalar durante uma semana em sua sala de aula um sistema ditatorial.
       O filme explana alguns fatores que levam a ditadura, como o descontentamento popular, representado pela aluna Lisa que não consegue a ascensão social na classe e no teatro devido a sua amiga Caro, pois esta é o centro das atenções, e o nacionalismo exacerbado, representado pelo aluno Tim, cujas atitudes são extremistas. Uma das principais características da ditadura é a centralização, realizada por um indivíduo que detém todo o poder do estado e impõe o respeito à sociedade submissa. Assim como Hitler torna-se essa personalidade na Alemanha, o sr. Wegner assume esta imagem na sala de aula.
       O que mantém o Estado autocrático forte é a manipulação da massa, alcançada quando se extingue a individualidade de cada pessoa fazendo com que o povo seja uma única unidade. O sr. Wegner consegue isto através do lema “União é poder”,  pois ele exclui os grupos, propõe o uso de uniformes, escolhe o nome “A onda” e cria tanto um símbolo quanto uma saudação para aquela unidade. Todas essas atitudes levam os alunos a nutrirem uma espécie de pacto, pois eles são integrantes de uma mesma equipe. Percebe-se a semelhança com o modelo ditatorial, como na Alemanha, onde todos os nazistas eram representados pela suástica, possuíam um comprimento, assim como acreditavam pertencer a raça pura ariana.
         A autocracia proporciona o fim das diferenças sociais da massa e um espirito de união, por isso, os alunos passaram a apoiar e envolver-se na “onda” de forma descomedida. Além disso, a ditadura promove a perseguição daqueles que se opõem ao sistema, característica presente no filme, quando os integrantes do grupo excluem os demais alunos, e assim, o movimento vai assumindo ao longo da semana um caráter violento. Como a politica autocrática gera o culto a personalidade centralizadora do poder e instala a disciplina, o sr. Wegner continuou “A onda” mesmo com a dimensão perigosa que ela alcançou, pois os alunos passaram a adorá-lo e implantou-se ordem em sua sala de aula.

        O filme demonstra que através da manipulação da massa é possível instalar a ditadura na atualidade, mesmo após as politicas liberais e os avanços nas diversas áreas do conhecimento. O egoísmo humano é facilmente utilizado por um ditador, pois este após criar uma unidade faz com que os seus integrantes sintam-se superiores e excluam os demais. No filme, a pequena experiência do sr. Wegner teve um desfecho trágico, por certo um público tão jovem não percebeu que “A onda” acabou levando-os a atitudes semelhantes as dos nazifascistas. 

Dupla: Renata Cardoso e Rafaela Muniz 

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